A nossa história

Esta é uma das freguesias do Concelho das Caldas da Rainha cujas origens ainda são mal conhecidas, mas cujas lendas se entrecruzam com a história.
Em 1512, com 32 vizinhos, S. Gregório encontrava-se incluída no recenseamento da Vila de Óbidos. A transição para as Caldas deu-se a 7 de Setembro de 1895.
Os primeiros aglomerados habitacionais estarão associados ao sítios das "almuinhas" e "escombros", cujo testemunhado parece ser transmitido pela presença de uma antiga igreja em honra de Nª. Sª. do Rosário que não terá sobrevivido ao terramoto de 1755, (sismo que também teve algumas repercussões na Região Oeste).
A freguesia é composta essencialmente por cinco lugares: S. Gregório, Fanadia, Casais da Boavista, Casais da Mata Velha e Casais da Paraventa.
O seu orago, São Gregório Magno, nasceu em Roma numa família da aristocracia tradicional romana. Chegou a ter uma carreira política que o levou ao cargo de Perfeito da Cidade e Papa de 590 a 604. Dedicando-se à vida religiosa, como monge Beneditino, foi protector dos cantores e responsável pelo estilo de música conhecida como canto gregoriano.
Entre as gentes dedicadas e trabalhadoras desta terra fala-se de duas irmãs da Fanadia, a D. Rosalina e a D. Gertrudes Carlota, que ficaram célebres por exercerem a actividade de doceiras, em Lisboa, na corte do Rei D. Carlos. Com a crise e queda da Monarquia, em resultado do Regicídio de 1908 e da implantação da República a 5 de Outubro de 1910, estas senhoras voltaram à sua terra natal, tendo-se dedicado, na Cidade das Caldas da Rainha, junto ao Hospital Termal, à venda de cavacas e beijinhos.

A aldeia da Fanadia da freguesia de São Gregório situa-se a 7 km das Caldas da Rainha, onde pertence administrativamente. Teve e tem uma população com tradições e hábitos próprios da sua vida de camponeses integrados numa zona de terra fértil do litoral (está a 10 km da lagoa de Óbidos e Foz do Arelho), sofrendo as influências dos veraneantes e utilizadores das suas águas termais. Foi antigamente terra de azeite e cereais. Hoje é terra de fruta e de vinho.

Do cortejo de Oferendas à Senhora dá Misericórdia, dos Sírios à Santa Susana e à Senhora da Nazaré, das festas em honra da Padroeira Santa Ana e do Mártir S. Sebastião saíram os primeiros grupos organizados de cantares e dançares representando a Fanadia. A primeira nota da existência de um rancho folclórico organizado na Fanadia é de 1934, e em 1953 o Rancho participou no Festival Concelhio organizado pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha, obtendo um 1º e 2º lugares.

Depois de 1934 chegaram a existir dois grupos folclóricos na aldeia havendo registos fotográficos no seu museu etnográfico do seu percurso.

Renascido em Março de 1984, pela iniciativa de Luísa Diogo e Sérgio Pereira, o Rancho faz um levantamento etnográfico da zona, recolhe junto dos elementos mais antigos da terra as letras e as músicas de muitas dessas danças e cantares, e apresenta-se em Agosto do mesmo ano com o seu trabalho. Com simplicidade e alegria, tem apresentado ao longo destes anos em vários pontos do país a música e a dança, o sentimento e o amor, a tradição e o trabalho da nossa gente, tentando criar o ambiente da magia rural das romarias, festas e fainas onde muitas vezes a destreza e habilidade dos passos eram motivo de disputas e concursos.
Como freguesia de cariz rural, de terrenos acidentados, mas bastante férteis, é detentora de uma das maiores manchas florestais do concelho, onde as antigas culturas de linho, cevada, trigo, azeite e vinho deram lugar à fruticultura, com predomínio para o cultivo da macieira. Por se situar num planalto elevado com vistas de rara beleza, onde se encontra um dos pontos mais altos do Concelho, o "Cabeço do Seixo", junto a um marco geodésico, tem inspirado e influenciado várias famílias a fixarem as suas residências por estas terras.
Nas actividades económicas, além da agricultura e pecuária, destacam-se a indústria de transformação da madeira, carpintaria, serralharia civil, comércio e prestação de serviços.
Para falar do lugar da Fanadia é necessário recuar no tempo, possivelmente até à fundação da nacionalidade, ou mesmo à época mourisca. Dizem as lendas que esta terra foi habitada por mouros e que mais tarde, a quando da reconquista cristã, uma moura se terá refugiado no local hoje denominado por "Fonte da Moira". Da existência da moura ou não, deixamos para as histórias contadas à lareira nas noites de Inverno, onde os avós e pais, outrora deliciavam as crianças com estas narrativas de encantar (hoje substituídas por novelas televisivas ou jogos de computador).
A capela é dedicada a S. Sebastião, padroeiro dos animais e protector dos males da peste e da fome.
"As Ceifeiras da Fanadia", Rancho Folclórico e Etnográfico, cuja fundação remonta a 1934, tem tido um papel fundamental, principalmente a partir da sua renovação em 1982 /1984, na recolha etnográfica com destaque para a música, como os "bailaricos, viras, verde gaios, corridinhos, valsas, reinadios, passecates, fadinhos, enleios e marchas".

O grupo apresenta-se com trajes de recolha (alguns deles originais), entre trajes de trabalho e domingueiros.

Em 2001, 2002, 2004, 2005, 2007, 2009, 2011, 2014, 2017 e 2018 participa respectivamente em Espanha, Bélgica, Letónia, França, Dinamarca, Itália, Estónia, Polónia, Finlândia e Portugal no Encontro Europeu de Cultura Popular EUROPEADE e em 2006 com actuação no Canadá.

No dia 15 de Maio de 2007 recebeu, da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, a medalha de mérito, grau bronze.

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